terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A História dos Angels, Parte 9: Turbulências (1992-1996)

Luis Sojo (de pé) comemora ao fim da jogada "everybody scores", um marco dolorido na história Halo. Mark Langston (no chão) era o arremessador.
O começo dos anos 90 foi absolutamente caótico para a área de Los Angeles e para o baseball em geral. De tumultos a greves, o mundo virava de cabeça pra baixo na West Coast.


Quem jogou a história de GTA San Andreas até o final vai reconhecer o fato que arrasou LA em 29 de abril de 1992. Rodney King, afro-americano, estava dirigindo em alta velocidade por uma das highways da Califórnia quando foi flagrado e entrou em uma perseguição policial. Quando os oficiais conseguiram parar o carro, prenderam os dois passageiros que o acompanhavam e, depois de confirmar que King estava intoxicado e inapto a dirigir, o deram um choque com um taser (aquela arma de choque que faz um barulhinho sinistro quando liga) e o espancaram gravemente.

Um pedestre que estava passando pelo local gravou a situação em vídeo e entregou a fita para uma emissora de TV. E o caos se fez.





Com o caso ganhando reconhecimento, o julgamento ganhou grandes proporções e, quando o resultado saiu, começaram os protestos. Os 12 componentes do júri, em sua grande maioria brancos, absolveram todos os policiais envolvidos, gerando a revolta da população, que há muito já vinha se queixando da brutalidade dos homens da lei. A cidade explodiu em revolta.


O movimento durou 5 dias, mas só acabou definitivamente quando dois dos policiais foram julgados por uma corte federal e punidos com prisão por abuso de força e desrespeito dos direitos civis.

Voltando pro baseball, o ano não começou bem pros Halos. No meio de um começo abaixo de .500, o ônibus do time saiu da estrada, sofreu um acidente feio e por pouco não caiu de uma altura considerável. Por sorte não houveram fatalidades, mas doze pessoas ficaram feridas.



Num espectro anual, as coisas não melhoraram. 72-90 no final da temporada e o menor número de Runs, Hits e Doubles da Liga Americana. Tirando Luis Polonia e Luis Sojo, nenhum titular rebateu mais que .247 ou teve um OPS+ maior que 82. Chad Curtis, draftado em 89, teve um bom ano de estréia, com stats melhores que muitos titulares. Tim Salmon, nome muito importante nos tempos por vir, também teve seu primeiro ano de MLB.




A rotação teve seus destaques, com Abbott, Langston e Finley comendo entradas e Bryan Harvey/Joe Grahe combinando pra 34 Saves no Bullpen. Apesar da performance ok, Harvey teve problemas no cotovelo e perdeu o ritmo. Temendo pelo final da sua carreira, o time o deixou desprotegido do Draft de Expansão de 1993, e ele foi escolhido pelo Florida Marlins.


Outras transações significantes foram a troca de Jim Abbott para os Yankees pelo jovem 1B T. J. Snow e mais dois pitchers e a troca de Luis Sojo por 18 jogos de Kelly Gruber, uma vez um bom 3B.


Em 1993, o time começou forte, mas não conseguiu manter o ritmo e caiu vertiginosamente. Até o final de maio, somava 27-20 e liderava a AL West, mas fez a pior campanha da AL com 44-71 depois disso e terminou em #5, com 71-90.



Apesar de outro ano decepcionante, essa temporada teve alguns fatos marcantes, como mais um ano dominante de Finley (16-14, 3.15) e Langston (16-11, 3.20), um bom Bullpen com Steve Frey (13 Sv, 2.98), Joe Grahe (11 Sv, 2.86) e Mike Butcher (8 Sv, 2.86), e um Outfield dos melhores, com Luis Polonia (156 Hits), Chad Curtis (166 Hits), Chilli Davis (112 RBI) e o primeiro Rookie Of The Year da franquia, Tim Salmon.


Tim Salmon posando com Mike Piazza, os Rookies do ano de 1993
A primeira temporada do King Fish foi tão boa que ele venceu o prêmio de Novato do Ano de forma unânime, com todos os votos de primeiro lugar. Terminou o ano com média de .283, OPS de .918, 35 Duplas, 31 Home Runs, 95 RBIs e um WAR de 5.2 que, curiosamente, não foi o maior dos Angels naquela temporada (Langston 8.7, Finley 7.2). Também adicionou algum valor defensivo, com Fld% e RF/9 maiores que a média da liga pra Right Fielders.

93 também marcou o primeiro ano dos Angels fazendo o Spring Training em Tempe, que persiste até os dias atuais, depois de 31 temporadas em Palm Springs. A ideia veio de Gene Autry, que gostava da região e tentava revitalizar o time no longo prazo. O estádio, Tempe Diablo Stadium, passou por extensivas reformas em 2006 e hoje abriga também o AZL Angels, time do nível Rookie da franquia.

Pra terminar a zoeira, na offseason, o time ainda contratou Bo Jackson. É, ele mesmo. O único jogador a atuar no All-Star Game da MLB e da NFL, e que foi um astro do esporte no fim da década de 80.


Bo Jackson
A temporada de 1994 foi, possivelmente, a mais complicada de toda a história das ligas americanas. Todo mundo lembra do Strike, mas também aconteceu outra coisa importante antes. Bud Selig, então Comissário em atividade, realinhou a liga em três divisões na AL e na NL, contraindo a AL West de 7 para 4 times, assim como a NL West, enquanto as outras teriam 5 cada. Também entraria em jogo a vaga de Wild Card para o melhor time não-campeão da sua divisão e marcaria o retorno das Division Series, que ocorreram em vez única por causa da temporada segmentada de 1981. Apesar das discussões sobre se seria justo um time que eliminou 3 rivais de divisão competir contra um que eliminou 4, essa conversa foi abafada por uma crise muito maior, no final da temporada.




A MLB vivia uma de suas piores Pennant Races da história, com os Rangers liderando a AL West com 52-62 em 11 de agosto, e os Angels, na lanterna da divisão, apenas 5 jogos e meio atrás, com 47-68, no ritmo para 96 derrotas num ano completo. O ataque até colaborava, com bons anos de Tim Salmon (23 HR, 70 RBI), Spike Owen (.310, 17 Duplas) e Chilli Davis (.311, 26 HR, 84 RBI, .971 OPS), e até Bo Jackson (.279, 13 HR, 75 Jogos) tinha números consideráveis. Mas o corpo da arremessadores foi horrível como não acontecia em anos, com o líder em ERA, Chuck Finley (10-10), postando 4.32.

Mas a história quis que os Angels não somassem seu pior record anual, como estava previsto. Em 12 de agosto, começou uma das maiores paralisações dos esportes americanos, que varreu do mapa a pós-temporada e até a World Series, o que não acontecia desde 1904.


A pauta era a que segue. Os donos dos times estavam assustados com o crescimento dos salários dos jogadores, que recebiam cada vez mais com a concretização da Free Agency e do Arbitration. A primeira proposta visava redistribuir entre os clubes de mercados menores o dinheiro que os times maiores ganhavam, via uma taxa de 2% das 16 maiores folhas de pagamento da liga que iria para os 12 clubes menos abastados e também o compartilhamento entre todos de 25% das receitas de ingressos de toda a liga. Mesmo com o plano generoso, os donos argumentavam que os custos não seriam cobertos e que as franquias menores iria ficar sempre às sombras daquelas com mais fundos a gastar. Então entrou em conversa a segunda opção, a criação de um Salary Cap. Nesse cenário, os contratos dos jogadores teriam um limite pré-estabelecido, o que remediaria um pouco o problema do dinheiro, mas causou revolta em massa dentre os que realmente vestem o uniforme das suas franquias.


Como nenhum acordo foi feito até dia 14 de setembro daquele ano, Bud Selig decidiu por cancelar a temporada, que poderia ter sido histórica para alguns. Tony Gwynn tinha a chance de rebater .400 por uma temporada completa, feito que ocorreu pela última vez com Ted Williams em 1941. Os Rockies estavam no ritmo para ultrapassar seu próprio record de público anual na MLB, com previsão de 4.6 milhões de fãs no Mile High Stadium. Mas a grande história perdida que todos lembram era a do Montreal Expos, considerados os campeões espirituais de 94, que lideravam a liga com 74-40 e iriam à pós-temporada apenas pela segunda vez em sua existência (a primeira foi em 81, outra temporada marcada por greve). Desde então, o time não conseguiu mais repetir o desempenho e terminou mudando pra Washington pra se tornar os Nationals. Mas quem achava ainda pior eram os fãs. Pra eles, o motivo da paralisação dos jogadores não era tão grave assim e que o ato era reflexo de pura ganância.



Ambiente um tanto quanto hostil nos ballparks no começo de 1995
Com os rebatedores e arremessadores ainda em greve no começo de março de 1995, os times foram obrigados a começar os trabalhos de Spring Training com os infames "replacement players": jogadores de ligas menores ou já aposentados (incluindo o atual comentarista dos jogos dos Angels em espanhol Jose Mota, o campeão da World Series de 2002 Brendan Donnelly e o ex-Red Sox Dennis "Oil Can" Boyd), que tiveram sérios problemas com os "jogadores de verdade" depois disso e até hoje são privados de ter seus nomes em coisas relacionadas a títulos e outras coisas licenciadas pela MLB Players Association, por não terem sido membros dela no começo de 1995.


"Replacement fans" em um amistoso contra os Dodgers no Big A.
E os tais dos "jogadores de reposição" quase abriram a temporada do baseball. Mesmo diante de públicos ínfimos e opiniões contrárias de alguns donos, foi preciso uma ação judicial para que os Major Leaguers voltassem a campo mesmo sem uma decisão no caso. Isto posto, a temporada foi reduzida para 144 jogos, as partidas recomeçaram no fim de abril e os 232 dias de greve tiveram um fim.

Enquanto a liga estava voltando ao ritmo normal, as coisas ainda continuavam quentes em Anaheim. O Los Angeles Rams decidiu realocar pra St. Louis (pra voltar pra LA 20 anos depois) e deixou todo aquele estádio exageradamente grande para os Angels, que não vinham de temporadas muito convincentes pra encher 64.000+ todo dia. Pra piorar a situação do "Bigger A" (como era chamado em rodas cômicas de conversa), um terremoto violento derrubou o scoreboard (apelidado de "Little A") e mais outras propagandas em cima das cadeiras do campo esquerdo.



Danos causados pelo Terremoto de Northridge, em 94.
A relação entre os dois usuários do Anaheim Stadium nunca foi lá muito alegre. A torcida até acolheu o LA Rams, mas nunca perdoou a mudança do Big A para o estacionamento e o fechamento das arquibancadas externas. O time se sentia desmotivado em jogar com um estádio meio-vazio (mesmo com 40.000 pessoas). A diretoria Halo buscava financiamento para uma nova casa, dedicada somente para o baseball. A dona dos Rams, Georgia Rosenbloom, nunca realmente gostou de Orange County. Seu marido, Carrol Rosenbloom, que fez a mudança para Anaheim, faleceu logo depois da realocação. E, por fim, os fãs de futebol americano também não estavam animados com a sequência ruim do time e não colocavam muito mais de 35 mil pessoas no Bigger A (um ultraje para os níveis de NFL).


Home Opener dos Rams em 94. 32.969 pagantes, um pouco menos que a metade da capacidade total.
No fim de 1994, Georgia-agora-Frontiere (depois de seu sexto casamento), aceitou sem hesitar a proposta de um novo estádio em St. Louis para seu time, já que nem a região de Los Angeles a apoiava mais. Pra se ter uma ideia do marasmo que foi o fim da era Rams no Anaheim Stadium: a final do California Southern Section Division I (campeonato nível High School) entre Mater Dei e Bishop Amat levou mais público (26.295) que o último jogo dos Rams em casa (25.705) contra os Redskins.

Mesmo com tudo isso na cabeça, o time começou bem a temporada de 1995. Já reconstruído, o elenco era bom e jovem, e somente dois starters (Chilli David e Tony Phillips) tinham mais de 27 anos. California tinha o segundo melhor ataque da AL (atrás apenas dos 100-44 Cleveland Indians de Manny Ramirez, Jim Thome e os 50 Home Runs de Albert Belle) e anotou 5.52 corridas por jogo, o que encobriu uma temporada um tanto fraca dos arremessadores titulares.



Tim Salmon e o uniforme comemorativo de 35 anos da franquia.

No lado que segura o bastão, o time temporadas memoráveis de Tim Salmon e Jim Edmonds (67 HRs e 212 RBIs da dupla), além do primeiro ano completo de Garrett Anderson como um Halo (.321/.857, 16 quadrangulares e OPS+ de 121 em 106 jogos o deram o segundo lugar no Rookie of the Year). Esse outfield rendeu aos Angels 10.1 vitórias acima da média para a posição e foi um dos pontos fortes do fim da década em Anaheim. Como coadjuvantes, J. T. Snow e Tony Phillips somaram 51 Homers e 163 RBI nos cantos do infield e Chilli Davis rebateu .318 com 20 bolas longas na posição de DH.


No monte, Finley e Langston somaram pra um record de 30-19 e um ERA maior que 4.20 em 200 entradas cada. Jim Abbott foi recontratado no meio da temporada, mas não fez muito efeito positivo, com ERA de 4.15 em 84.2 IP. Com a liga ficando cada vez mais ofensiva na época, esses três conseguiram terminar o ano com ERA+ acima de 100 e o clube teve o 5º melhor corpo de arremessadores do Junior Circuit. Parte desse sucesso veio do bullpen, que contou com 37 Saves de Lee Smith e uma temporada impecável do rookie Troy Percival, 4º colocado na votação de Novato do Ano, com ERA de 1.95, 11.4 K/9, 241 ERA+ e 0.851 WHIP em 74 entradas arremessadas.


Com dois dos quatro melhores rookies da American League, quatro All-Stars (DiSarcina, Finley, Smith e Edmonds), nove jogadores que somaram mais de 2.3 WAR em uma temporada mais curta e o público voltando a ver os jogos depois que a birra com o strike passou, os Angels de 1995 foram um dos grandes elencos na história da franquia. Comparável aos rosters de 82 e 86, o time tinha uma legítima chance de voltar à pós-temporada, mostrar quem é que mandava no Anaheim Stadium e brigar pelo título até o último dia. Na verdade, até um pouco mais.


Em meados de agosto, tudo eram alegrias no vestiário dos Halos. O 1-6 do Lineup (Phillips, Edmonds, Salmon, Davis, Snow e Anderson) não tinha ninguém com menos de .281 em AVG, .373 em OBP e .845 em OPS. Na tabela, o pico foi de 13 jogos de vantagem no topo da AL West e 26 jogos acima dos .500, recém saídos de um julho com record 20-7.


Mas são grandes as chances de que você não conhecesse esse time de 1995 tanto quanto os clássicos dos anos 80. Não por demérito deles, mas porque o fandom Halo não tem muitas boas lembranças dessa temporada (alguma mistura de raiva e desilusão) e prefere deixar quieto quando o assunto dela vem à tona.



Parte voluntariamente esquecida da história Halo
Depois de uma vitória em casa por 10 a 5 contra os Yankees, o time simplesmente apagou. Sustentava um 66-41, mas somou apenas 12-26 até o final do ano e escolheu o pior momento possível pra isso. O Seattle Mariners de Edgar Martinez, Key Griffey Jr., A-Rod e Randy Johnson, que estava 35-38 até 16 de julho, se recuperou de uma forma fenomenal somando 44-28 até o fim do ano e ascendendo vertiginosamente, com vontade de sangue dos Halos.

Com um (outro) setembro pífio, os Angels chegaram a estar três jogos atrás dos Mariners na tabela em 26/09, mas se recuperaram e ganharam os últimos 5 jogos da temporada pra empatar com Seattle no topo (78-66) e forçar um jogo único de desempate pela AL West (geralmente chamamos de Jogo 163, mas aquela temporada teve apenas 144 jogos). Era tudo ou nada. O ganhador iria para o playoff de divisão e o perdedor voltaria pra casa, já que os Yankees tinham a vaga única de Wild Card assegurada com 79-65.




A partida decisiva foi no Kingdome (decisão de mandante feita em uma série de sete jogos de CARA OU COROA, como era a regra pra Tiebrakers ATÉ 2008) e tinha um duelo de arremessadores de fazer inveja. Mark Langston pelos Halos, Randy Johnson pelos Mariners. Nos Lineups, muita potência com Salmon e Edmonds por California, Edgar Martinez e Ken Griffey Jr. por Seattle (Box Score).


Foi um jogo disputadíssimo até a 7ª entrada. Langston jogava uma partida regular mas conseguia sair ileso dos seus erros, enquanto Johnson estava num dia inspiradíssimo, levando um Jogo Perfeito por 5.2 entradas. O placar de 1-0 pro time da casa era apertado, mas o ataque Halo pouco fazia pra ajudar o time. Conseguiram jogar duas bolas na Warning Track do campo central no começo do jogo, mas nada mais clicou daí em diante.


Na 7ª baixa, a porteira abriu. Com o placar 1-0 pra eles e Leadoff Man de Seattle em base, um Bunt foi colocado e Langston foi pra jogada. Ia mirar na 2B pra eliminar o corredor da frente, como já tinha feito antes no jogo, mas falhou ao pegar a bola e perdeu tempo. Quando decidiu jogar na 1B, o segunda-base, Rex Hudler, que estava cobrindo a base, estava de costas pra Langston, que não conseguiu fazer a jogada. Outro Bunt colocou 2 em RISP com 1 out pros Mariners, mas um Hit By Pitch encheu as bases. Tim Salmon fez uma bela captura pra roubar um Single no RF e colocar 2 outs no scoreboard, mas uma das mais estranhas jogadas na história Halo se desenvolveu.



Captura de Salmon que quase fez os Angels saírem ilesos da 7ª entrada
Luis Sojo, ex-Halo em 91/92, nome amaldiçoado em Anaheim desde então, rebateu pro RF numa bola que passou pela luva de J. T. Snow, então um 1B acima da média defensivamente. A redonda rolou em território Foul até o bullpen dos Angels e se escondeu embaixo de um banco. Enquanto isso, duas corridas anotavam. Salmon pegou a dita e jogou pra Langston, que tentou a eliminação do 3º corredor na plate, mas a bola saiu muito forte e fora do alcance do Catcher. Pelota rola pro Backstop e dá margem pro próprio Luis Sojo anotar. Do nada, um jogo apertado fica 5-0, e a moral do time dos Angels vai por água abaixo.
Sequência de imagens da jogada derradeira.
O jogo terminou 9-1, com mais 4 corridas Mariners na 8ª baixa, e Tony Phillips conseguiu um Homer na 9ª entrada, só pra não dar o Shutout pra Randy Johnson. Halos saem desmotivados e perdem a chance de voltar pra pós-temporada pela primeira vez desde 1986. Uma temporada com excelentes números que sofreu com um apagão de um mês que acabou custando caro demais.


#QueriaEstarMorta
O time não se recuperou fácil. A temporada de 1996 foi uma das piores da franquia, com um record de 70-91. Apesar do começo decente, fechando o primeiro fim de semana de maio com 18-12 na tabela, o clube decaiu muito e não voltou do buraco, terminando a 19.5 jogos do topo da divisão. Os arremessadores titulares tiveram outro ano ruim e só Chuck Finley não implodiu, com seu ERA de 4.16. O time trouxe Jim Abbott de volta pra mais uma temporada, mas o cara-da-uma-mão-só terminou o ano com 2-18 e ERA de 7.48 em 142.0 IP. Essa rotação só teve um ERA+ melhor que a do 53-109 Detroit Tigers naquele ano.

O ataque dessa vez não conseguiu cobrir os erros vindos do montinho. O outfield já conhecido de Salmon, Anderson e Edmonds somou 88 2B, 69 HR e 236 RBI, e a posição de DH rendeu .292/.884 e 28 bolas longas com Chilli Davis, mas nada muito além disso.

Quem teve sua vez de brilhar foi o bullpen, que postou um de seus melhores anos na franquia. Quatro arremessadores com mais de 29 entradas arremessadas, ERA menor que 2.95 e ERA+ maior que 168. Troy Percival puxou o bonde com 2.31 e 36 Saves, contando com um K/9 de 12.2 e WHIP de 0.932 e rendendo uma aparição ao All-Star Game, junto de Finley.

A franquia não estava em seus melhores dias. Estádio inflado, público descontente e time com falta de ânimo depois da tragédia de 1995. A situação precisava de uma reviravolta, e um nome proporcionou isso de uma forma espetacular: Walt Disney.

Mas isso é história pro próximo post!

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