terça-feira, 22 de julho de 2014

Trocas e Movimentações, a ser atualizado a cada mudança

Ah, aquela época do ano...


O que foi bom, o que foi ruim e o que ainda falta melhorar. A proposta dessa coluna é analisar cada troca e movimentação feita no time até a Trade Deadline, último dia para trocas. Espero atualizar a cada mudança e mostrar os resultados de cada alteração nas performances de jogo. A listá será ordenada por data.


Troca: Ernesto Frieri por Jason Grilli, Pittsburgh Pirates, 27/06


O Primeiro Grande Nome
Você pode até não reconhecê-lo por um instante, afinal a temporada de 2014 de Jason Grilli não vinha sendo lã muito brilhante em Pittsburgh. ERA de 4.87, 4 Blown Saves em 15 Oportunidades e recente perda da posição de Closer.

Isso te lembra alguém?

Isso mesmo. Ernesto Frieri, o eterno #Ernasty, que não estava conseguindo achar seu melhor baseball nos Angels esse ano. 

Mas não só de desgraças vivem esses dois nomes.

Frieri vinha de um bom 2013, com 37/39 nos Saves, além de um excelente 12.8 K/9 (Strikeouts por 9 entradas). 

Veterano, Grilli foi selecionado para o All-Star Game de 2013 pela National League e vinha de uma campanha com um ERA de 2.70, WHIP de 1.06 e apenas 4 Home Runs cedidos em 50 entradas como Closer.

Baseado nesse ótimo retrospecto, Angels e Pirates resolveram trocar suas velhas e apagadas estrelas de Bullpen pra ver se adiantaria algo. E o resultado foi bem interessante.

Jason Grilli tem feito sólidas participações pelos Halos, apesar de ainda não inspirar confiança suficiente em Mike Scioscia para que ele o coloque em Situações de Save (Joe Smith está muito bem lá, e vai ser difícil tirá-lo). Claro que não dá pra avaliar ninguém com 4 jogos, mas já contabilizou 2 Holds, não cedeu Corridas Merecidas e abaixou o ERA para 4.18. Promete ser uma peça valiosa na posição de Set-Up Man, o cara da 8ª entrada.

Enquanto isso, só para fins de curiosidade, Frieri pelos Pirates não é lá uma coisa muito linda de se ver. No último jogo, contra o Arizona DiamondBacks, cedeu CINCO CORRIDAS na 9ª entrada. Ok, o time estava perdendo por 3-2, mas não precisava exagerar. Com isso, seu ERA da temporada explode em 7.29 (19.29 pelos Pirates, 5 ER em 2.1 IP, além de um WHIP de 3.49 e 30.9 HR/9, "TRINTA PONTO NOVE HOME RUNS A CADA NOVE ENTRADAS").




Aquisição: Rich Hill, Boston Red Sox (Triple-A Pawtucket), 01/07

Sim, é só um rostinho bonito


Rich Hill foi trocado com o Boston Red Sox por "Considerações em Dinheiro". Resumidamente, foi comprado. Estava atuando pelo Triple-A Pawtucket desde o começo do ano e foi a vítima do desenfreado desejo dos Halos por relievers canhotos. Veio para a posição de LOOGY (Lefty-One-Out-GuY), em que basicamente só entraria para conseguir UMA eliminação em UM rebatedor canhoto. Essa era a função dele. E aí é que entra a ironia do caso.

Hill, em seus dois primeiros jogos pelos Angels, NÃO CONSEGUIU NENHUMA ELIMINAÇÃO. ZERO. NADICA DE NADA.

Em suas atuações, cedeu 3 Walks, 1 Hit e 1 Run em 0.0 Entradas. No primeiro jogo, quase entregou uma vantagem de 5 corridas na 9ª entrada para os White Sox. No segundo, entrou como LOOGY e permitiu ao rebatedor que deveria eliminar, sem dó alguma, a primeira base num Walk.

Com todo esse desastre, pelo menos temos algo para rir: seu ERA é INCALCULÁVEL!!!

Partindo do princípio de que o ERA é calculado mostrando as orridas merecidas cedidas a cada 9 entradas, ele é atualizado a cada eliminação, ou 0.1 entrada, de um Pitcher. Hill teve 0.0 entradas e 1 corrida merecida pelos Angels, ou seja, um ERA de INFINITO ("inf", pode ir lá no scores.espn.com e conferir!).

Enfim, o que podemos tirar desse acordo é: ainda bem que ele não nos custou um prospecto das minors.




Troca: Joey Krehbiel e Zach Borenstein por Tony Campana e Joe Thatcher, Arizona DiamondBacks




A primeira troca envolvendo prospectos fez bastante barulho. Os Angels finalmente conseguiram seu Reliever canhoto, mas tiveram que abrir mão de boas peças para o futuro. Compensou?

Bom, a um primeiro momento, sim. O time precisava de um LOOGY AGORA. E Joe Thatcher está cumprindo bem a função. Na temporada, pelos DiamondBacks, entrava apenas na função de eliminar canhotos. Ostentava uma ótima proporção entre Strikeouts e Walks, com 25/3, e ERA de 2.63 em 24 entradas. Dos 37 jogos que fez na temporada, somente em 12 ficou por uma ou mais entradas completas.

Pelos Angels, começou não muito bem, cedendo uma rebatida no primeiro arremesso e único arremesso que fez contra os Astros, em 6 de julho. Na série seguinte, contra Toronto, parece ter se acostumado melhor, somando 1.1 entrada, 0 Hits, 1 Walk e 1 Strikeout em 2 jogos.

É uma boa esperança para o desacreditado Bullpen, que sofreu no começo da temporada, mas agora parece ter tomado novamente o bom caminho.

A outra peça da troca veio de surpresa. Tony Campana, Center/Left Fielder, estava no Triple-A de Arizona e, apesar de rápido e bom defensor, era conhecido por ser "altamente dispensável" ao bastão. Um Peter Bourjous da vida, pros adeptos mais antigos. 

Nas ligas maiores, teve um aproveitamento pífio pelos DBacks esse ano, com uma média de .150 (9-60) e 10 Strikeouts. Deve ter vindo só pra balancear um pouco a troca (já que, de Outfielders, Os Angels já estão muito bem servidos) e ter uma "mudança de ares" na American League

Mas o clima das montanhas rochosas de Utah parece ter feito bem a ele. No Triple-A Salt Lake, já fez 5 jogos e vem rebatendo .381 (8-21). Ainda é cedo para julgar qualquer coisa, mas é bem provável que, se continuar rebatendo, pode entrar na briga por uma vaga no banco, com Grant Green e Collin Cowgill.

No avião dos que vão pro time da cobra, o que mais de destacava era Zach Borenstein. Depois de uma temporada estrelar pelo A-Adv Inland Empire, em que rebateu .337, com 1.034 de OPS, 22 Duplas, 7 Triplas, 28 Home Runs e 95 RBIs, subiu vertiginosamente no sistema de ligas menores dos Angels. Foi pra Arkansas e, depois de 48 jogos, pra Salt Lake, e era considerado o melhor prospecto outfielder do time. Tinha esperanças de estrear nas majors no ano que vem, mas serviu para um propósito maior. Está atuando no AA Mobile Baybears.

A outra e última cara desconhecida do acordo foi Joey Krehbiel, reliever destro draftado na 12ª rodada de 2011. Das poucas informações que apresenta, se destaca o ERA de 1.93 postado esse ano pelo Single-A Burlington, com 17 Strikeouts e 6 Walks. Subiu para o A-Adv Inland Empire e, depois de 4 jogos, foi trocado. Atua agora pelo também A-Adv Visalia Rawhide.

A princípio, parece ter sido uma boa troca para ambos os lados, já que Arizona ganha peças pro futuro, porém não briga por mais nada na atual temporada, 12.5 jogos atrás dos Dodgers na NL West, e os Angels supriram uma posição altamente importante na parte dos lançadores reservas e ganha um prospecto rápido e promissor, que poder ajudar - e muito - na briga contra Oakland na AL West.




Elliot Morris, Jose Rondon, Taylor Lindsey e R. J. Alvarez por Trevor Gott Huston Street, San Diego Padres, 19/07

Agora eles estão jogando sério
A troca que provavelmente vai ser a maior do ano para os Angels causou muitas polêmicas e controvérsias. Uns acham que foi maravilhosa, pois nenhum dos prospectos estavam no Top 100 da liga. Outros acham que foi um roubo imenso, pois 3 dos 4 estavam no Top 10 do time e poderiam chegar às majors a partir de setembro próximo.


Como é uma troca grande, vamos colocar cada um separado, em tópicos.



Elliot Morris: Draftado na 4ª rodada de 2013 pelos Angels, Morris passou por uma cirurgia Tommy John ainda na faculdade, mas ficou totalmente recuperado. Passou 2014 no Burlington Bees e no Inland Empire 66ers, onde somou para quase 4 em ERA e 1.2 em WHIP. Ainda era muito novo para qualquer projeção, e foi mais uma peça de contrapeso, para formar uma troca 4x2, invés de uma 3x1.

Jose Rondon: Aqui a coisa começa a ficar apertada para os Angels. Rondon jogava no A Adv Inland Empire, e era fruto do DSL Angels, da República Dominicana. Passou direto do nível Rookie para o High-A, mostrando potencial. Rebateu .327 em 72 jogos pelos 66ers. Apesar de ainda ter que aprimorar sua parte defensiva, era considerado o melhor ShortStop do sistema, com apenas 20 anos, e previsão de estreia nas maiores para 2016.

Taylor Lindsey: o 2ª base do Salt Lake Bees já estava no alto de sua curva de evolução, mesmo aos 22 anos. Ofensivamente, tinha começado a sacrificar um pouco do contato por poder ao bastão, com um AVG de .247, mas um SLG de .400, em 75 jogos de Triple-AApesar da velocidade apenas média, tinha uma defesa sólida, com um Fielding Percentage de .977, o maior de sua carreira. Era uma das pérolas do Farm System, e projetava-se que subiria com a expansão de Rosters em setembro.

R. J. Alvarez: essa foi a peça principal da troca e a gota d'água para os fãs mais fervorosos. Como já citado antes, Alvarez compunha, juntamente com Cam Bedrosian e Mike Morin, o Monstro de 3 Cabeças do Arkansas, com números absurdamente baixos, como um ERA de 0.33 em 27 entradas, WHIP de 0.85, 12.7 K/9 e .154 em Batting Average Against. Provavelmente era o próximo a ser chamado para a MLB, e esperava uma subida até mesmo antes de setembro. Teria um futuro brilhante em Anaheim.

Trevor Gott: Escolhido na 6ª rodada do Draft '13, Gott é um pitcher mais "pronto" que Morris, apesar de ainda estar no Double-A. Sendo um reliever, tem que trabalhar nos BB/9 e WHIP no nível AA, porque nos inferiores foi muio bem. Subiu muito rápido no Farm dos Padres e têm uma boa expectativa, ainda mais pela indicação ao All-Star Game 2014 da California League, com 16 Saves e 3.16 ERA.

Huston Street: a principal peça do outro lado do acordo é um Closer afirmado, um dos melhores do ramo nas Majors. Podendo chegar ao 300 Save Club (juntamente a Mariano Rivera, K-Rod e Troy Percival) no ano que vem, joga em alto nível há 10 anos, e foi All-Star da National League em 2012 e 2014 pelos Padres. Tem números sólidos e consistentes, como um ERA de 1.09 nessa temporada, 24/25 em Saves e somente 4 Blown Saves nos últimos 3 ANOSLevando os stats mais a fundo, possui um ótimo 1.9 BB/9 e tem média de 9 K/9 e 1.01 WHIP na carreira. Teve 3 temporadas com ERA abaixo de 2, e uma projeção de 32 Saves a cada 162 jogos.

Mas ele vem provando sua propaganda no campo. Nos Angels, até 29/07, Street fez 4 entradas perfeitas para 3 Saves. Somou 2 Hits, 1 Walk e 5 Strikeouts no período, e abaixou o ERA já bom para um maravilhoso 0.97.


Agora, a análise. Foi uma boa aquisição para os Angels? Foi. Street é o closer renomado que precisávamos para entrar de cabeça nos Playoffs. Com Oakland se reforçando, o melhor era fazê-lo também. Tem marcas maravilhosas na carreira, e ainda por cima foi escolhido como All-Star. Não precisa muito mais que isso pra justificar seu valor.

Foi muito caro? Razoavelmente sim, mas isso é variável conforme seu ponto de vista.

Se você acha que prospectos servem para troca, você pensa em Street como uma barganha imensa, por não conhecer o nome dos Minor Leaguers que saíram de cabeça. Se você acha que prospectos são o futuro do time, a negociação foi completamente absurda, pois eram jogadores jovens, com um potencial imenso, estavam quase prontos (especialmente Lindsey e Alvarez) para as ligas maiores, além de serem baratos e controláveis, podendo assinar grandes contratos por relativamente pouco dinheiro.

Mas existe um terceiro viés da história, o lado que não fica cego por uma opinião e nem ignora nada. O lado imparcial, dos analistas, da gente.

Esse lado, enxerga que os Angels tiveram uma ótima "safra" de arremessadores no Draft desse ano, e pelo menos dois nomes (Gatto, Newcomb) se destacam dos demais. Logo, Alvarez pode ser substituído por um desses, no mais tardar em dois anos, e Morris, por um dos outros 17 pitchers novos no sistema.

Esse lado, vê que os Angels têm certa profundidade no meio do Infield (2B, SS). Howie Kendrick tem contrato até 2015 e Erick Aybar, até 2016, e não se vê eles saindo antes disso. John McDonald tem vínculo até o final do ano, e sua renovação é uma incógnita. Grant Green está em período pré-Arbitration, e até 2017 recebe o salário mínimo da liga, sem um tempo específico no contrato com os Angels.

Ou seja: temos o Middle Infield para esse ano e para 2015. Para 2016, temos Grant Green (se não for trocado) e prospectos como Alex Yarborough (2B, rápido, forte, 22 anos, rebate para força e contato), Tommy Field (3B, SS, 2B, já jogou em Anaheim ano passado, versátil, jovem) e os conhecidos no Spring Training, Shawn O'Malley (SS) e Matt Long (OF, 2B).

Esse lado também enxerga que os Angels, com Street, tem um dos melhores back-ends da liga. Kevin Jepsen tem sido extremamente consistente na 7ª, Jason Grilli quer brigar por este posto e tem condições. Mike Morin é o Rookie Reliever Revelação desse ano, e tem muito espaço pra crescer em alto nível. Joe Smith têm feito um trabalho excepcional como Closer em menos de 10 arremessos por jogo, e Huston Street é o nome de impacto para fechar as partidas daqui em diante. Claro que uma adaptação é necessária, até porque ele passou os últimos 6 anos na National League, mas a qualidade sempre vai estar lá, e uma hora vai aparecer.

E se com Joe Smith, que nem era Closer, o time era intocável na 9ª, imagine com um igual a ele. Os Angels terão no mínimo duas entradas de alta qualidade no fim dos jogos apertados, e com a rotação pegando fogo, não é muito mais do que os starters precisam.

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