sexta-feira, 3 de abril de 2015

Os Altos e Baixos do Spring Training

Depois de um mês de preparação, finalmente vai chegar a hora do baseball que importa. Quem despontou como promessa e quem decepcionou neste primeiro aperitivo?

Pra começar, é importante avisar que as performances julgadas aqui têm base na expectativa gerada em relação ao jogador. Por exemplo, Albert Pujols rebateu .300, mas não foi nada demais, comparado à habilidade que sabemos que ele tem, ou Drew Butera, que fez .172 no bastão, mas é claramente um Catcher reserva defensivo. Small Sample Size (baixo número de amostragem, pelos poucos jogos) pode interferir um pouco também, mas estamos prezando mais pelo momento do jogador, com o Opening Day se aproximando. Os dados apresentados aqui datam de 03/04, antes do segundo jogo da Freeway Series pré-temporada.

Sem título

Johnny Giavotella

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Considerado um tiro certo pra ir pras Minors logo depois do Camp, Giavotella surpreendeu a todos, e pode ser até o segunda base titular na abertura da temporada. Citando a mim mesmo, "Pelo menos no começo do ano, vai ser, no máximo, uma peça do banco, com uma viagem provável a Salt Lake. A não ser que mostre força e contato tão bons no Spring Training que suas entradas defensivas sejam ignoradas.". Seu bastão realmente se provou competente, somando para .308 de AVG e .907 de OPS, 5 Duplas e 2 Triplas em 58 aparições na Batter's Box. Também melhorou na defesa, conseguindo capturas acrobáticas e consistência nas jogadas mais regulares. É sua grande chance, e ele não está dando a entender que vai deixá-la escapar.

Mike Trout

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Não, não é covardia colocar Trout numa lista de altos e baixos. Até ia ficar de fora por sua obviedade, mas não dá pra ignorar uma linha de .463/.531/.907 que somam prum OPS de 1.439, além das três Duplas, três Triplas, 5 Home Runs e 15 RBIs. Mike já estava pronto pra temporada desde o meio de fevereiro, e fez ajustes importantes, como um número igual de Walks e Strikeouts, combinando estranhamente com um approach mais agressivo na Plate, rebatendo mais os primeiros arremessos. Está engatilhando outro maravilhoso ano com os Halos, e sua performance já em abril pode dar o tom pro time seguir no resto da temporada.

Matt Joyce

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De repente um dos jogadores mais importantes do elenco (devido a um problema chamado Josh Hamilton), Joyce mostrou solidez em sua primeira aproximação com os Angels, e pode ser uma peça produtiva no meio do LineUp. Sua combinação de .349 AVG e .964 OPS foram mais que suficientes pra garantirem sua vaga como titular. E, mais importante ainda, tem conseguido rebater contra canhotos, seu grande calcanhar de Aquiles, e pode ter ganhado uns jogos a mais contra lefties em que seria substituído por Collin Cowgill.

C. J. Cron

C.J. Cron

A segunda parte do que era pra ser um platoon pode ter virado o Designado full-time dos Halos pra 2015. Cron, que já mostrou seu poder anteriormente, simplesmente amassou os arremessadores da Cactus League e rebateu-se pro grupo de grandes peças do time. Ganhando mais aparições à plate que todo mundo (74), justificou a confiança rebatendo .426, para um OPS de 1.225, o segundo maior entre os regulares, com 3 Homers, 2 Triplas e 11 Duplas. Ele anida é um pouco afobado (4 BB, 9 K), e ele ainda não é um Albert Pujols defensivamente na primeira base, mas pode ser o grande coadjuvante da temporada em Anaheim.

Marc Krauss

Não tinha imagem melhor. Sério mesmo.
Não tinha imagem melhor. Sério mesmo

Lembra do Matt Long ano passado? Veio do nada e criou um Hype com uma performance excelente, com apoiadores que defendiam até sua titularidade no time? Então, Krauss é a versão '15 de Long, e isso é uma ótima notícia. Concorrendo pelo banco contra Efren Navarro (que também fez um Camp muito bom, com .365/.834), o slugger canhoto mostrou grande força e até um pouco de disciplina ao bastão. Mesmo com somente 28 at bats, foi o 5ª em todo o time em RBIs e somou .393 de média e 1.094 de OPS no período. Claro que sua defesa é bem passável, tanto na 1B como no LF, mas um C. J. Cron que rebate pelo lado esquerdo é uma peça valiosa num Roster. Com 26 anos, vai passar um tempo no AAA esperando suas chances, mas se continuar no ritmo, pode tomar de assalto um lugar no banco e até uns jogos como DH.

Jered Weaver

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O vinho dos Angels prova-se o Ace a cada temporada que passa. Indo pro 7º Opening Day, Weaver planeja ir ainda mais fundo nos jogos e passar das 200 Entradas anuais com facilidade. E nesse ST, ele mostrou que pode. Em 5 jogos, compilou um record de 3-0, 2.53 ERA e 1.031 WHIP, em 21.1 IP. A bola rápida caiu ainda mais e está na faixa de 85mph, diminuindo sua margem de erro, mas a localização sempre está lá pra salvá-lo. Das 6 corridas merecidas que cedeu, 5 foram em Home Runs, mas nada que um lugar chamado Angel Stadium não dê uma melhorada nesses números. Garrett Richards até está voltando, mas a cara do corpo de arremessadores é, e ainda vai ser enquanto ele estiver por aqui, Jered Weaver.

(mentira, é o Shoemaker,e sua vistosa barba)

Drew Rucinski

drew

Sendo treinado como Long Reliever, Rucinski tomou a atenção de todos numa atuação de 4.2 entradas contra os Giants em 22 de março, onde entrou por C. J. Wilson e cedeu apenas 2 Hits, 0 Walks e conseguiu 6 Strikeouts. Deu momento ao time, que virou na 8ª entrada e ganhou o jogo. Desde a contusão de Cory Rasmus, a saída de Matt Lindstrom e o anúncio de que o time vai com uma rotação titular de 4 homens na primeira semana, é um belo candidato a sair do Camp com uma vaga no Bullpen. Conseguiu um ERA de 2.60 e um WHIP de 0.923 e 17.1 Entradas, e é considerado até pra fazer uma Spot Start caso Richards não volte a tempo.

Mike Morin

Angels Spring Baseball

Do monstro de 3 cabeças do Bullpen do Arkansas Travelers, só Morin resistiu até o nível MLB. R. J. Alvarez foi trocado e Cam Bedrosian vai continuar acumulando Saves no AAA até construir a confiança que lhe falta nas grandes ligas. Morin e seu ChangeUp pornográfico mostram a profundidade do relevo dos Angels e o quanto o sistema melhorou desde que Jerry Dipoto assumiu. Combinando sua ótima temporada de estreia ano passado e os números desse ST (1.00 ERA, 0.889 WHIP, 9 K em 9 IP), está mais que qualificado a assumir a 7ª entrada que Kevin Jepsen deixou pra ser conquistada. Não que Fernando Salas seja um reliever ruim, mas a fase de Morin tem que ser aproveitada ao máximo.

Sem 2

Josh Rutledge

Josh Rutledge

Vindo via troca, Rutledge era o mais provável pra assumir o buraco da segunda base. Com um pouco mais de Self-Quoting, "os Angels abriram mão de algo por ele, logo, vai ser o primeiro a ser testado, pra ver se o investimento valeu a pena. Entretanto, não confio que vá terminar o ano ali, se estabelecendo.". Josh não foi um grande defensor e seu aproveitamento no bastão foi pífio, somando para .192 de AVG, .452 de OPS e apenas uma rebatida extra-base. Gerou um ódio repentino do Fandom, e seu favoritismo foi pra lua com o bom ST de Giavotella. Nem uma vaga no banco pode estar garantida, pois Taylor Featherston convenceu muito mais que ele, além de ser uma Rule-5 Pick. Jairo Diaz por Josh Rutledge foi uma troca ruim de um Dipoto que estava atirando pra todo lado depois da saída de Howie Kendrick. Considerando que Green é equivalente a ele no campo, é mais versátil e que tem um bastão melhor, seu lugar no Depth Chart foi de #1 pra #4 em um mês, e não duvido que Alex Yarborough passe ele durante a temporada.

Andrew Heaney e Nick Tropeano

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Andrew Heaney

Os dois que estavam batalhando pela quinta posição na rotação com Hector Santiago provavelmente vão começar o ano nas minors. E não foi nem mérito de Santiago (4.50 ERA, 1.833 WHIP). Tropeano não teve nem grandes oportunidades de mostrar seu jogo, pois só foi escalado pra jogos de ligas menores, jogos "B" de Split Squad e uma entrada de relevo. Ainda pior, Heaney não tinha nem que ter habilidade suficiente pra conquistar a vaga, tinha que ser ruim a ponto de perdê-la. E aparentemente ele conseguiu, postando um ERA de 9.00 e WHIP de 1.895 em 5 jogos que não impressionaram ninguém. Sua atuação inconsistente levou os especialistas até a proporem que os Angels o deixem nas ligas menores por um tempo (aproximadamente dois meses) pra ganhar mais um ano de controle sobre ele, numa jogada semelhante à dos Cubs com Kris Bryant (esse artigo do Halos Daily explica isso muito bem). Nenhum convenceu, e ambos perderam, forçando o time a ir com um Starter a menos na primeira semana da temporada.

Fernando Salas

MLB: JUL 09 Blue Jays at Angels

Salas teve as mesmas entradas que Morin pra mostrar porque deveria ficar com a vaga da 7ª entrada, mas apanhou feio. ERA de 5.00, WHIP de 1.778 o colocaram muito pra trás, e pode ser substituído no Chart por Vinnie Pestano, que está de contrato novo e vem forte. Considerando que o nível dos oponentes, 6.3 numa escala de 0 a 10, denota que ele estava enfrentando algo entre o AA e o AAA em seus jogos. Pode ser enganação da pequena amostragem, mas, por hora, é melhor não confiar grandes situações de perigo a ele.

Huston Street e Joe Smith

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Huston Street

Ter seu Closer com ERA de 8.10 e seu Setup Man com um de 9.95 não é um bom jeito de começar os trabalhos do ano. É verdade que ambos começaram tarde no Camp, mas suas atuações foram deploráveis o suficiente pra serem citados aqui. Pelo menos temos o acalento de que Smith fez 8 K's e 1 BB, e Street sempre vai mal nos treinos de primavera.

E esses foram os pontos positivos e negativos dessa grande competição que não vale nada que é a Cactus League. Interprete a gosto e dê a relevância que quiser às informações acima, e prepare-se pro baseball que importa, segunda feira, 06/04, às 17h10,contra os Mariners, no Safeco.

Até lá, e #LightUpTheHalo!

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