sábado, 7 de novembro de 2015

Cenários para a Free Agency 2015-16

Billy Eppler (esq.), o homem das decisões e Arte Moreno (dir.), o homem do dinheiro
Ah, a offseason. Época de especulações, revoltas, intrigas e de Free Agency! Os Angels deixaram claras as intenções de adquirir um bastão de potência canhoto, um Left Fielder, alguém que consiga rebater contra LHPs (apenas .232 como um time em 2015). um Starter de impacto e talvez um 2B e um Catcher. Abaixo estão diversos cenários separados por grau de ousadia e desespero, e também uma olhada na situação financeira do time pré-contratações.

A folha de pagamento dos Halos pra 2016 consiste de:

7  garantidos (Pujols, Weaver, Wilson, Trout, Aybar, Smith, Street) que somam 104 Milhões. 3 que ainda contam no Payroll (Hamilton, buyouts de Murphy e DeJesus), somando 25 Milhões. 9 que estão sob controle do time (Cron, Shoemaker, Morin, Rasmus, Bedrosian, Skaggs, Jackson, Navarro e Giavotella) e vão receber o mínimo da liga em 2016. Considerando um aumento em relação a esse ano, vamos contar 515 mil cada, somando 4.6 Milhões. Fazendo as contas, são 133.6 Milhões comprometidos e contados pro ano que vem.

Salas e Ramos estão em Arbitration 3, Santiago, Richards e Cowgill em Arbitration 2 e Calhoun em Arbitration 1. Com algumas especulações aqui, chegamos a 160 milhões, o que deixa uma folga de 29 milhões até o Salary Cap de 189 milhões. Acima disso, é paga uma multa proporcional à quantidade excedida. Reincidência no ano seguinte dobra a porcentagem da multa.


Cenário DANE-SE EU QUERO GANHAR A WORLD SERIES AGORA

Zack Greinke pelos Angels, em 2012
Zack Greinke (SP), Jason Heyward/Justin Upton (LF) e Daniel Murphy (2B)

Esse é bem divertido, eu diria, mas é movido mais pela emoção que pela razão. Seria mais responsável fazer o splash em 2017 (com salários grandes expirando e o novo acordo entre os times, que deve aumentar o valor do Salary Cap), mas, hey, esperar um ano pra quê? O time ficaria muito forte e seria um dos favoritos para o caneco de 2016, além de ameaçar uma dominância até o final da década.

LineUp com Calhoun, Heyward (Trout), Trout (Upton), Pujols, Murphy e Cron seria uma ameaça dos dois lados da plate, com potência na parte baixa e OBP na parte alta. 140 Home Runs fácil dessa trupe aí, com ajudinha da defesa de Carlos Perez, experiência de Aybar e o que quer que se desenvolva em Cowart ou Kubitza. Rotação top de linha com Greinke, Richards, Heaney e Skaggs, com Wilson/Weaver/Shoemaker/Tropeano/Santiago lutando no Spring Training pela posição #5 (e um lugar de Long Reliever ao lado de Cesar Ramos) e Newcomb/Ellis/Smith batendo na porta em setembro, prontos pra qualquer emergência. Sem olhar preço, sem olhar Luxury Tax, à la LA Dodgers. Arte Moreno tem o dinheiro e disse que passaria dos 189 milhões pelos jogadores certos.

Mas, como o título sugere, esse é um cenário fantasioso e desesperado. Os três estariam por aí por vários anos, mas o time PERDERIA AS TRÊS PRIMEIRAS ESCOLHAS DO DRAFT DE 2016, porque todos estão cobertos por Qualifying Offers.

Funciona assim: O time escolhe, dentre seus jogadores que serão Free Agents, um ou mais pra propor a Oferta Qualificatória. Uma extensão de um ano no contrato que vale a média dos 125 maiores salários anuais da liga. Neste ano, ela foi fixada em 15.8 milhões. O jogador tem uma semana pra escolher se fica por mais um ano ou se testa o mercado, na esperança de conseguir mais dinheiro e anos de segurança em um grande contrato. Desde 2012, quando a Qualifying Offer foi criada, nenhum jogador a aceitou, o que pode dar bastante errado (tomem Kendrys Morales ou Stephen Drew, que declinaram a oferta e tiveram muitas dificuldades em achar um time no mercado).

Pro time que deseja contratá-los, o buraco é um pouco mais embaixo. Já que a equipe "originalmente dona" do jogador tentou mantê-lo no time (por um valor que não é baixo), o time contratante é obrigado a desistir da primeira escolha não protegida disponível no Draft seguinte, como um meio de compensar a outra franquia. A equipe de origem do jogador ganha uma escolha compensatória ao final da rodada em que a equipe de destino a perdeu.

Por exemplo: Se os Angels contratarem os três aí de cima, a primeira escolha (que não é protegida porque não é uma Pick Top 10 no Draft do ano que vem) vai no final da rodada pros Dodgers, a segunda pros Cardinals/Padres e a terceira para os Mets.

É uma opção não muito interessante pra uma franquia que está tentando se reconstruir no Farm e que teve más experiências com contratos gigantes em anos recentes, mas esse são os jogadores certos se o time quiser se afundar pelo sucesso imediato.


Cenário Sobra da Nata

Howie Kendrick pelos Halos em 2009
Jordan Zimmermann (SP), Colby Rasmus/Dexter Fowler (LF), Howie Kendrick (2B)

Também seriam três rodadas de Draft jogadas ao léu, mas o cenário dos custos não assusta tanto. Provavelmente o time voltaria pra baixo da Luxury Tax já em 2017, com Weaver e Wilson saindo e liberando quase 41 milhões na folha de pagamento, o que seria o sonho de Moreno e Carpino. Rasmus ia alinhar-se atrás de Pujols ou Fowler iria ser o Leadoff, Kendrick volta pra #5 ou #6 dependendo da fase e Zimmermann carrega o time no topo da rotação, podendo ser o primeiro jogador a receber um contrato de 100 milhões pós-cirurgia Tommy John.

A opção possibilita ao time um empurrão a mais (que provavelmente os colocaria na pós-temporada), mas têm o mesmo revés do primeiro cenário, com um retorno não tão garantido pelas picks perdidas.


Cenário O Dinheiro Não Me Importa, mas as Escolhas de Draft São Sagradas.

David Price no Big A, em agosto desse ano
David Price/Johnny Cueto (SP), Yoenis Cespedes (LF), Ben Zobrist (insira a posição dele aqui)

Sean Newcomb é o nome do momento no AA e Taylor Ward surpreendeu na temporada do Rookie Ball, mostrando a importância da 1st Pick nas projeções futuras da franquia. Pra demonstrar ainda mais o trauma do fandom Halo em perder escolhas, deixo um stat: Nos recrutamentos de 2009 e 2010, o time teve 10 escolhas de primeira rodada, entre as picks originais, trocas e compensatórias. Daí vieram Trout, Richards, Skaggs, Bedrosian e Cowart. Desde então, em 5 anos, o time teve somente três escolhas nessa parte do Draft, que trouxeram os dois do começo do parágrafo e C. J. Cron em 2011. Considerando que o Farm ainda é frágil, especialmente em jogadores de posição, perder a primeira rodada não está nos planos imediatos do Front Office. Doravante, somente jogadores que não receberam a Qualifying Offer.

Price é o nome caro e óbvio a se procurar, com Cueto (que perdeu um pouco de valor por sua não-tão-estelar segunda parte de 2015) logo atrás. Ambos são Aces com potencial pra 220+ entradas e que levaram suas franquias de origem nas costas por anos. 99% de chances de satisfação garantida, mesmo pagando na ordem das centenas de milhões. Zobrist é um veterano bem versátil e posta um OBP decente há anos. É a versão de Grant Green que deu certo. Cespedes é um pouco overrated e provavelmente vai receber dinheiro demais, com um contrato de estrela por um desempenho "apenas" acima da média. É assim que funciona o mercado de Free Agents. Pelo menos ninguém mais vai anotar corridas em Sac Flies contra os Halos:



Cenário Custo-Benefício

Doug Fister pelos Nationals
Denard Span/Marlon Byrd (LF), Doug Fister/Tim Lincecum (SP)

É aqui que começamos a fazer as contas. Com o Cap a "somente" 29 milhões de distância, trazer uma dupla de bons jogadores requer muita pesquisa e até um pouco de sorte. Dos jogadores a seguir, dá pra assinar com dois e talvez pechinchar um terceiro, dependendo dos contratos de Arbitration a serem negociados.

 Span nunca foi um astro, mas foi bem regular pelos 8 anos de carreira. Com médias de .287/.352/.395 na MLB, um bom quinhão de bases roubadas anualmente e defesa acima da média, seria um Leadoff a se considerar por um preço não tão salgado. O Spotrac prevê 11 milhões anuas pra ele em 2016. Marlon Byrd está cotado em 9 milhões e pode ser útil em um contrato de um ano. Está velho aos 38 anos, mas rebateu 72 Home Runs nos últimos 3 anos com diversos times. Uma aposta um tanto barata e que pode valer a pena, se permanecer saudável e minimamente produtivo ao longo do ano.

Tim Lincecum já foi um Ace e tem duas premiações de Cy Young e quatro All-Star Games no currículo. Não é a força dominante do final da década passada com os Giants, mas os técnicos dos Halos mostraram que conseguem ressuscitar a habilidade de estrelas apagadas. Vide Jason Grilli ano passado. Por 10,7 milhões, talvez um contrato de dois ou três anos pra jogar num estádio altamente favorável a arremessadores pode o atrair pra Anaheim. Finalmente, Doug Fister ronda os 11.2 milhões e seria um belo negócio pra quem consegui-lo por esse preço. Escondido atrás da super rotação de Washington, teve um ano fora da curva em 2015, mas levou um ERA de 3.11 de 2011 a 2014. Não é o típico Ace que você procura, mas posicionando-o na #2 ou na #3 da ordem de Pitchers temos um topo bem consistente com belo potencial.


Cenário Xepa Total

Scott Kazmir jogando em Anaheim, 2009
Scott Kazmir/Colby Lewis (SP), John Jaso/Alex Avila (C), Ryan Raburn/Jonny Gomes/Nori Aoki (OF), Darren O'Day (RP)

Só se REALMENTE não sobrar nenhum dos acima. Alguns são apostas, outros....

Colby Lewis é aquele cara que você sabe quem é, conhece pelo nome, vê um ou dois bons jogos, mas leva aquela desconfiança de que ele não seja bom ao final de contas. Anos de irregularidade escondidos por uma passagem consistente em Texas de 2010 a 2012. Tem o estádio do time como inimigo, e poderia aproveitar de um campo mais benéfico pra ele, mas não inspira segurança suficiente para lacrar um bom contrato. Kazmir é uma cópia dele, mas um nível acima. Sim, todos temos lembranças amargas dele, mas deu uma melhorada nos últimos tempos e pode ser útil caso sobre no colo da franquia. Deu uma controlada no ERA e abaixou o número de HR/9, mas decaiu no final de 2015 (logo quando os Astros confiavam nele pra garantir a divisão), o que deve diminuir seu preço.

Jaso e Avila são praqueles que não confiam em Carlos Perez e Jett Bandy. Nenhum dos dois é um Catcher provado, é bem verdade, mas só vão ganhar experiência e habilidade se jogarem regularmente. Lembrando ainda: Perez era Rookie e Bandy, tecnicamente, está no Triple-A, então ambos tem bastante espaço pra evolução. Se mesmo assim o time quiser apostar no mercado, os dois mencionados estão livres e podem promover algum valor. São cópias do Chris Iannetta de 2014, com bom OBP e Framing pífio, mas podem valer um contrato de um ou dois anos. Na opinião pessoal, fazendo uma contratação somente por fazer, preferiria renovar com Iannetta.

Ryan Raburn só jogou metade da temporada por Cleveland, mas valeu 1.4 fWAR quando o fez. Teve uma produção digna de bons contratos, mas a idade de 34 anos e o Sample Size reduzido pode afastar alguns times. Por dois anos, 6 Milhões, vale a aposta, ainda mais por improvisar na 2B e 3B em caso de emergência. Jonny Gomes vai estar totalmente descreditado depois de um ano esquecível em KC, mas se manter o OBP decente que mostrou na carreira, pode valer o risco de 1 ano, 4 milhões (talvez menos). Nori Aoki rouba 15 bases por ano e foi à base num ritmo de .353 nos quatro anos de carreira. Aos 34, os Giants não exerceram a Club Option e colocaram um Leadoff Hitter canhoto no mercado. A defesa não é lá essas coisas, mas se cair do céu, aceitamos.

Darren O'Day postou um ERA de 2.28 em 2012 e o abaixou progressivamente desde então, o fazendo um dos melhores relievers do jogo. Foi All-Star ano passado e eliminou 11.3 rebatedores por strikeout a cada 9 entradas, mas nunca recebeu mais que 4.25 milhões por ano. Um contrato de dois anos, 12 milhões faria o Backend dos Halos um dos mais fortes da AL, dando tempo pra Trevor Gott, Cam Bedrosian e Mike Morin se desenvolverem sem cobrança. 


Cenário Zoeira Sem Limites

Bartolo Colón no monte dos Halos em 2005
Bartolo Colón e Joe Blanton (SP), Fernando Rodney (RP), Mike Napoli, Jeff Mathis e A. J. Pierzynski (C), Chris Davis (1B) e Torii Hunter (RF), voltando da aposentadoria.

Bartolo Colón pra reunir novamente a Fina Camada de Gostosura e o Big A, onde tal camada ganhou o Cy Young em 2005 (aos 42 anos, o que pode dar errado?). Joe Blanton, porque aparentemente ele é um ótimo arremessador novamente (1.57 ERA em 21 jogos com os Pirates) e só estava brincando com os sentimentos dos fãs em Anaheim. Fernando Rodney pra ver o pau comer solto no vestiário entre ele, Trout e Pujols. Mike Napoli pra ver o pau comer solto entre ele e Mike Scioscia. Jeff Mathis, pra Scioscia ter alguém pra colocar quando Mike Napoli for pro banco (~2008 feelings), A. J. Pierzynski pra ficar um clima bem legal no Angel Stadium quando ele jogar, Chris Davis, porque MOAR HOME RUNZ e precisamos claramente de mais um 1B/DH que não consegue rebater .250 e Torii Hunter, só pela nostalgia mesmo.

Até a próxima, e #LightUpTheHalo!

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