sábado, 12 de dezembro de 2015

Player Power Rankings #5 - O Top 10


Finalmente aqui os protagonistas da temporada. Os que realmente fizeram por onde e que ajudaram os Angels a ficarem na briga até o último dia. Teve gente que decaiu no meio, teve gente que cresceu do meio pra frente, mas todos foram de importância notável no ano.


#10 - Hector Santiago (SP)



9-9, 180.2 IP, 3.59 ERA, 8.1 K/9, 1.25 WHIP, 3.5 BB/9, 4.77 FIP, 1.8 bWAR, All-Star.

Destino em 2016: Se ficar, postulante a Starter #5 nos Angels.


Ao final do ano passado, ninguém diria que Hector Santiago seria eleito All-Star. Era inconsistente e sempre colocava tudo a perder em uma entrada x de um jogo. Às vezes saía ileso, às vezes não. Mesmo assim, terminou 2014 com ERA de 3.75, que simplesmente deixávamos de lado e considerávamos irrelevante, porque a confiança no jogador era baixa. Ele deve ter passado a Offseason inteira remoendo isso, e deu certo.

Fez uma primeira metade espetacular e chegou ao ASG com 6-4, ERA de 2.33 em 108.1 Entradas e limitando os oponentes a um OPS+ de 77 (tendo 100 como "desempenho médio" de um jogador do ataque em determinada posição. 77 significa 23% pior que a média da liga). Todos falamos que era apenas sorte (vinda de algum lugar desconhecido) e que não ia durar por um mês, depois dois, depois três. Calhou de, no final, infelizmente, estarmos certos. Seu jogo mostrou falhas em julho e desmoronou em agosto, contando para cinco derrotas e ERA de 6.62 em 7 jogos e 34 entradas. Foi o suficiente para a pulga da desconfiança voltar, e um setembro não muito melhor não ajudou em nada. Vai pras férias com a ameaça da troca e do bullpen sondando, e vai ter que batalhar com Shoemaker, Tropeano e Skaggs pela 5ª vaga da rotação no Spring Training. E já lhes digo, ele não começa essa corrida na frente, já que foi por algum tempo um reliever e está acostumado a não jogar necessariamente a cada 5 dias. Tem que convencer bastante em março.



#9 - Andrew Heaney (SP)




Stats AAA: 6-2, 78.1 IP, 4.71 ERA, 8.5 K/9, 1.53 WHIP.
Stats MLB: 6-4, 105.2 IP, 3.49 ERA, 6.6 K/9, 1.20 WHIP, 3.73 FIP, 1.7 bWAR, 1.6 fWAR.
Destino em 2016: Starter #2 nos Angels.

Vindo ao custo de um dos queridos da torcida, Andrew Heaney começou o ano no AAA porque perdeu a chance de se estabelecer no time principal (pra Hector Santiago) no Spring Training. Não fez um início muito brilhante em Salt Lake, mas subiu com a lesão no quadril de Jered Weaver e fez um caso fortíssimo pra ficar. Apresentou um sinker que toca 95mph e uma bola de curva que rendeu um aproveitamento de apenas .137 dos adversários, e terminou julho com ERA de 1.79, cinco vitórias e nenhuma derrota no quadro de estatísticas. Deu ao time a segurança pra pegar leve com o tratamento e o retorno de Weaver e proveu um Plano B caso a temporada de Matt Shoemaker continuasse indo pro buraco. Claro que a regressão veio e o mês de agosto foi cruel com ele (assim como com todo mundo), mas terminou a temporada com uma nota positiva, contando 3 Quality Starts em setembro e uma menção distante nas conversas de Rookie of the Year, que poderiam ser mais acaloradas caso deixassem ele passasse de 100 arremessos por partida.


É o segundo Starter projetado pro ano que vêm e é um dos melhores jovens jogadores em algum tempo em Anaheim. Confirmou seu lugar entre os cinco titulares e vai pra 2015 procurando formar um 1-2 punch novo e dominante com Garrett Richards. Por ainda muitos anos.



#8 - Joe Smith (SU)




5-5, 65.1 IP, 3.58 ERA, 5 Sv, 7.9 K/9, 1.27 WHIP, 3.15 FIP.

Destino em 2016: SetUp Man nos Angels.

Consistência e solidez definem. Apesar de os números não estarem pulando da tela e ter contado sua segunda "pior" temporada na MLB, foi novamente parte de um dos melhores Backends da AL, fazendo dupla com o número #6 do presente Ranking. Devorando a 8ª entrada e jogando a bolinha de lado, Smith vai pro último ano de contrato se inspirando nas estatísticas do ano passado (7-2, 1.81 ERA, 0.80 WHIP, 15 Sv) pra testar o mercado e tentar um contrato de vários anos, assim como o 3 yrs/15 MM que conseguiu em Anaheim. Tem a capacidade provada de de fechar jogos e pode até ser uma valiosa peça de troca caso algum time esteja desesperado por relievers no meio do ano. 



#7 - David Freese (3B)




121 G, .257 ABG, .743 OPS, 27 2B, 14 HR, 56 RBI, 2.2 fWAR, 2.4 bWAR.

Destino em 2016: Free Agency.

Odiado por uns e amado por outros, David Freese ficou a uma temporada sem lesões de garantir uma Qualifiyng Offer dos Halos. Começou muito bem a temporada apostando na força, ainda que sacrificando as idas à base, e entrou em meados de junho com 10 Home Runs e 14 Duplas, sendo um dos poucos que não sofreram tanto com a seca ofensiva do time. Pena que não pôde das sequência ao trabalho. Foi atingido na mão por arremessos duas vezes e quebrou o indicador direito na segunda, ficando em recuperação até setembro. Quando voltou, recuperou a boa forma e rebateu para .308 AVG e .854 OPS (131 OPS+), contribuindo largamente para que os Angels lutassem até o último dia na temporada.


Vai pra Free Agency por falta de opção, e é provavelmente o melhor 3B do mercado. O time tem conversado com ele para uma re-união a baixos custos, mas isso implica que a confiança em Cowart/Kubitza está bem abalada. Aos 33 anos ainda pode dar algum valor no Hot Corner e pelo menos mais um ano pra acharmos o substituto. A defesa não é lá essas coisas, mas o bastão o manteria no Lineup por um ano inteiro. Vale a tentativa.


Edit: com a vinda de Yunel Escobar, fica muito difícil que Freese retorne. Ainda há o rumor, mas ele enfraqueceu consideravelmente.


#6 - Huston Street (CL)




62 G, 62.1 IP, 3.18 ERA, 40 Sv, 8.2 K/9, 1.15 WHIP.

Destino em 2016: Closer nos Angels.

Em sua segunda temporada seguida de 40+ Saves, Huston Street está produzindo muito bem o retorno que os Angels queriam quando enviaram metade do Farm pra San Diego na Deadline de 2014. Apesar da postura "não sou obrigada" no que diz respeito às situações de jogo em que não ganharia um Save e recebeu 5 Blown Saves na temporada (um espetacular contra Houston no Big A. É, aquele mesmo), Mas fez bem seu papel de Closer quando requisitado. Mesmo sem um arremesso devastador e com uma mecânica um tanto esquisita, é o segundo mais novo a chegar a 300 Sv na carreira (o mais novo foi K-Rod, aquele), feito que conquistou em 22 de julho contra o Minnesota Twins.


Com pelo menos mais um ano de contrato garantido (a uma pechincha, diga-se), os Angels têm em mãos um grande arremessador e não precisam se preocupar com fechador tão cedo. Vai voltar pra 9ª entrada ano que vem e, agora, correr atrás do #400.



#5 - C. J. Cron (1B/DH)




Stats AAA: 23 G, .323 AVG, 1.014 OPS, 10 2B, 6 HR.

Stats MLB: 113 G, .262 AVG, .739 OPS, 17 2B, 16 HR, 51 RBI.
Destino em 2016: 1B/DH nos Angels

Cron fez relativo sucesso em sua campanha de Rookie no ano passado e voltou para a temporada de 2015 buscando solidificar-se no time como o bastão de potência na posição de DH. Começou o ano no Roster principal, mas não convenceu logo de cara e passou dois meses com rendimento ruim até ser mandado pro AAA. Rebatia tentando um Home Run em cada swing, ignorava Walks e era abaixo da média no campo. Foi pra Salt Lake e mostrou novamente seu poder na plate, reconquistando a confiança do staff e merecendo sua promoção.

Não sabemos o que ele fez no AAA, mas deu certo. De 4 de julho a 14 de setembro, rebateu .324, com 12 Homers e 12 Duplas, enquanto foi eliminado apenas 36 vezes por strikeout.  Foi um dos que esquentou em julho e continuou a fase quando o time decaiu em agosto, dando a fagulha para o retorno à relevância em setembro. Terminou o ano com 16 Home Runs, marca muito boa aos 25 anos e que o projeta para ser um grande rebatedor ainda com potencial de evolução.

Vai pra 2016 tentando ser a proteção que Pujols precisa na posição #5 da ordem, para que o velho Albert volte a receber bons arremessos aos quais possa fazer algum estrago. Melhorou na 1B em 2015 e tem que se esforçar cada vez mais, com Pujols tendo seu nome no lugar de DH mais vezes a cada ano. Se parar a evolução por aqui, merece estar num Roster de MLB. Se continuar, pode ser um starter valioso e controlável pelo time por anos.


#4 - Garrett Richards (SP)




15-12, 207.1 IP, 15-12, 3.65 ERA, 1 Complete Game Shutout (CGSO), 7.6 K/9, 1.24 WHIP, 2.5 fWAR, 1.8 bWAR.

Destino em 2016: Ace nos Angels.

Voltando de uma lesão no joelho que o tirou da briga pelo Cy Young da American League ano passado, GRich fez uma bela temporada de recuperação. Com todo o cuidado do time para com ele, estreou apenas em 19 de abril, ainda assim passando das 200 entradas anuais. Parecia o mesmo Garrett Richards, com o Cutter/2-Seam Fastball queimando rebatedores a 96 mph (às vezes tocando 99!), o Slider matador e a Curveball só pra desconcentrar, mas os oponentes o conheciam melhor esse ano. Mais uma vez liderou a liga em Wild Pitches (17, principalmente por jogar com o rookie Carlos Perez atrás da plate, que não estava familiarizado com a combinação velocidade/movimento) e teve uma sequência inconsistente em maio/junho, quando fazia um jogo de Ace em uma partida e não entrava na 7ª entrada na outra, indo de duas corridas cedidas pra cinco.

Ainda assim, liderou o time em Strikeouts, WAR, Quality Starts (24 em 32 starts!), Entradas/Jogo e SwingingStrike%, o que o validam como melhor arremessador da franquia e dono da posição #1 em 2016 e além. Tem tudo pra recuperar a boa forma e, ainda aos 27 anos, se tornar um dos melhores nomes da liga no montinho.


#3 - Albert Pujols (1B/DH)




157 G, .244 AVG, .787 OPS, 22 2B, 40 HR, 95 RBI, 5 SB, 2.0 fWAR, 3.1 bWAR, All-Star.

Destino em 2016: Revezar com C. J. Cron como 1B e DH nos Angels.

Ah, aquele contrato até 2021 com Albert no auge de seus 41 anos. Na maioria do tempo parece algo com o que vamos ter que lidar à duras penas e que pode fazer o time perder boas contratações nos anos futuros, mas a pequena esperança de que valha a pena ter Pujols nem que seja pelo seu renome se solidifica com uma temporada dessas. Rebater .244 não é lá muito bom, jogar o último mês machucado (rebatendo .223) por pura virilidade de "ser homem e não abandonar os companheiros" e ter a velocidade de um aparelho Android de 300 reais pesam bastante o seu real valor pra baixo, mas a defesa Gold Glove, a presença no time, as ocasionais bases roubadas (com leituras muitíssimo inteligentes e pulos mega-enormes que não são notados) e uma temporada de 40 Home Runs e 95 RBI (num estádio favorável a arremessadores) nos fazem esquecer tudo por pelo menos mais um ano.

A Máquina esquentou em meados de maio e junho, quando rebateu .330 com OPS de 1.185 e 16 Home Runs em 30 jogos, mostrando que Albert ainda é uma ameaça quando está totalmente saudável (atualmente seu maior empecilho pra ganhar mais jogos no campo). Quando consegue se sustentar sobre os pés problemáticos, é um ás defensivo na primeira base, seja pegando bolas difíceis ou lançando na 2B ou na Home Plate. Os adversários ainda têm *algum* medo dele, visto nos 10 Walks intencionais que perdem apenas para os 14 de Mike Trout nos Halos. Foi pro All-Star Game depois da sequência supracitada, dando aos Angels dois starters no jogo festivo.

Teve uma cirurgia no pé em novembro e a previsão é que não comece o ano junto com o time. Antes isso que mais uma temporada de lesões e sofrimento. Se conseguir se manter estável e saudável, é um dos principais rebatedores do time. É só torcer pra bruxa passar longe.


#2 - Kole Calhoun (RF)




159 G, .256 AVG, .731 OPS, 23 2B, 26 HR, 83 RBI, 3.8 fWAR, 3.0 bWAR, Gold Glove.

Destino em 2016: RF (ou LF, dependendo das contratações) nos Angels.

Kole é o coadjuvante de Trout que se mostra mais valioso com o passar do tempo. Quase no auge, aos 28 anos, conseguiu os melhores números na carreira em Home Runs, RBIs, Walks e Bases Totais, além de ser suficientemente bom como Leadoff (mesmo com uma construção de jogo não-usual para a posição) ou rebatedor de força. Fez seu nome no Lineup e mereceu estar no topo do alinhamento por todo o ano, sendo um dos mais produtivos do ataque.

Mas ainda não chegamos no que o fez merecer a honraria de estar à sombra do #1. Kole evoluiu muito no seu jogo defensivo neste ano, desenvolvendo um canhão no braço esquerdo, uma leitura de bolas invejável e plasticidade (e coragem) suficiente para as jogadas que fizeram sua fama no campo direito de Anaheim. Apelidado de Red Baron (Barão Vermelho, aquele piloto), tem como marca registrada as capturas com pulos e saltos, que sugam rebatidas multi-base para sua luva e as transformam em eliminações. Com o tempo, os times aprenderam a não correr contra ele em Flyouts e similares, mostrando respeito às 11 assistências de Kole do campo externo, 3ª melhor marca da AL. Juntando um Fielding % de .989 (#2 na Liga Americana), ganhou a primeira Gold Glove da carreira de forma muito merecida e conquistou em definitivo um lugar no imaginário dos fãs como uma das peças chave do time. Ganhou até uma fanzone própria no estádio (edit: duas!).

E depois de tudo isso, o que ainda o ajuda mais a se firmar como jogador de franquia é que ele tem contrato até 2019 com os Angels, por bem menos de 10 milhões por ano. Ou seja: o time vai poder manter ele até o final e ainda negociar uma extensão de bom valor. Isso tudo deixa o fandom bem animado e mostra que o futuro dos Angels ainda pode ser vitorioso.


#1 - Mike Trout (CF)




159 G, .299 AVG, .991 OPS, 32 2B, 6 3B, 41 HR, 90 RBI, 11 SB, 9.4 bWAR, 9.0 fWAR, All-Star.

Destino em 2016: Comandar o melhor Outfield do baseball, no CF dos Angels.

Me faltam idéias de por onde começar. Falar de Mike Trout parece uma responsabilidade grande demais, algo que nunca vai ser suficiente, não importa o quanto eu escreva. Sempre vai faltar algo, sempre vai ser uma pequena injustiça ao jogador em rumo de ser o mais valioso da franquia. Mesmo jogando com uma fratura no pulso (num jogo em que bateu dois Home Runs DEPOIS da lesão, inclusive um Grand Slam na TroutNet!) por um mês inteiro, ainda terminou como melhor peça do time na base anual. Pois bem. Como não tenho a mínima ideia de como quantificar satisfatoriamente o que Trout fez pelo time, vou apenas deixar algumas coisas aqui:


  • Líder da AL em Slugging (.590);
  • Líder da AL em OPS (.991);
  • Líder da AL em OPS+ (176);
  • Silver Slugger pelo 4º ano consecutivo;
  • Líder da AL em WAR (9.4) pelo 4º ano consecutivo;
  • 2º colocado na votação para MVP, Top 2 pelo 4º ano consecutivo;
  • Jogador mais novo da história da liga a chegar a 100 Home Runs e 100 Bases Roubadas;
  • Jogador do Mês em julho (.367 AVG, 1.323 OPS, 12 HR);
  • All-Star;
  • MVP do All-Star Game pelo segundo ano consecutivo (primeiro na história a conseguir o feito);
  • NENHUM erro em 435 jogadas no outfield;
  • Inúmeros Home Runs roubados, incluindo esse;
  • Inúmeras rebatidas multi-base roubadas, incluindo essa;
  • Inúmeros jogos salvos, incluindo esse;
  • Inúmeras jogadas mirabolantes, incluindo essa;
  • Aproveitamento de .352 e OPS de 1.201 com jogadores em posição de anotar corrida (RISP);
  • E mais isso, isso, isso, isso, isso e isso, para nomear alguns poucos.


Isso só esse ano. E o contrato dele vai até 2020.

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