quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O Elenco Para 2015

Da esquerda, Mike Scioscia (Manager), Arte Moreno (Dono) e Jerry Dipoto (General Manager)

Dando uma pausa na história, vamos pra algo mais fácil e rápido. Terminamos 2014 com a taça da American League West e a melhor campanha da temporada regular, mas as peças que faltavam se tornaram evidentes nos Playoffs. Como o time virá para o novo ano, e será ele competitivo novamente, com apenas algumas adições?




Já é final de janeiro e é seguro dizer que os Angels estão feitos pela Inter-Temporada. Salvo uma volta triunfante de Gordon Beckham, o Roster vai ser o que se segue. Análise de Pré-temporada, em quatro partes.


Line-Up


Primeiro, os rebatedores. Já aqui, começamos com uma dor de cabeça boa. Colocar Mike Trout na posição #2 ou #3? Na #2, ele consegue mais aparições ao bastão, e na #3 ele tem mais chances de RBI. Veja os cenários:

Trout 2º

RF Calhoun

CF Trout
1B Pujols
DH Joyce/3B Freese
SS Aybar
3B Freese/DH Cron
LF Hamilton
2B Rutledge
C   Iannetta

Trout 3º


RF Calhoun

DH Joyce/SS Aybar
CF Trout
1B Pujols
3B Freese
SS Aybar/DH Cron
LF Hamilton
2B Rutledge
C   Iannetta


Pessoalmente, prefiro que ele rebata em 2º, até porque, mesmo escolhendo rebater para força nessa última temporada, Mike ainda liderou o time em OBP. Não acredito que ele tenha mudado a postura só pra ganhar o prêmio de MVP, que vá voltar a postar um OBP de .432. É provável que o Power Hitter Trout seja o definitivo, mas ainda é a principal arma para o time ter alguém em base.


O livro The Book - Playing The Percentages in Baseball (li e recomendo!) prova matematicamente que seu melhor jogador tem que rebater na posição #2, porque ele consegue ter a combinação perfeita de produção, quantidade de at bats e OBP para ser uma ameaça constante ao adversário.

Além disso, ele já liderou a liga em RBIs tendo Kole Calhoun (Top 10 na AL em corridas anotadas, LeadOff Hitter com maior OPS da liga) e Chris Iannetta (OBP de .373, segundo no time e Deus Italiano dos Walks) na frente dele, tornando inválida a necessidade de colocá-lo mais abaixo na ordem pra impulsionar mais corridas. Trout é uma ameaça por si só, e ele não precisa de 140 RBIs pra provar que é o melhor jogador da MLB. Preferiria que ele usasse mais sua velocidade e aumentasse o número de bases roubadas, por exemplo.



Ademais dessa questão e da saída do sempre consistente Howie Kendrick, o alinhamento ainda é muito forte no topo e no meio, tendo produção confiável até a posição #6, ainda mais se Aybar colocar outro ano digno de All-Star Game, Freese continuar a forma de agosto/setembro (.281/.343/.425, 31 rebatidas extra-base) e Matt Joyce cumprir com decência o cargo de DH contra destros.

Na parte de baixo, temos a decepção Hamilton, que precisa se provar em 2015 pra não correr o risco de ser dispensado antes do término do contrato (estariam os Angels propensos a pagar o dinheiro de 2016 e 2017, 64.8 Milhões de Dólares, só pra se livrar dele?), a incógnita Josh Rutledge, que nem garantiu a vaga da 2ª Base ainda e só está aqui porque os Depht Charts colocam ele como titular, e que não rebatia bem nem jogando no Coors Field (Extreme Hitter-Friendly, onde 12 Rockies tiveram 15+ Duplas em 2014) e Chris Iannetta, que joga na #9 não por ser o pior rebatedor do time, mas sim pra servir como 2º LeadOff Hitter por sua habilidade de chegar em base pra Calhoun e Trout.


Banco


Collin Cowgill (frente) e Grant Green (trás)


C            Butera/Perez/Bandy
DH/1B    Cron
1B/LF     Navarro
2B          Green/Featherson/Giavotella/Yarborough
LF          Cowgill

Aqui entram as indecisões. Catchers defensivos reservas há aos montes, e a vaga de backup será definida no Spring Training. Butera, Perez e Bandy são basicamente o mesmo jogador, com idade decrescendo respectivamente.

Na 2ª base (pretendo entrar mais a fundo nisso em um post separado), temos a grande dúvida do ano. Nem o cargo de titular está definido, e temos 4 jogadores brigando por uma vaga, já que Taylor Featherson foi adquirido via Rule-5 Draft e tem que ficar no Roster de 25 ou ser devolvido pra Colorado.

Dos já conhecidos, C. J. Cron espera ter tempo de jogo como DH contra canhotos (já que Joyce é horrível nesse ponto) e jogar na 1B enquanto Pujols descansa, Efren Navarro, que costumava entrar na briga pra ser o designado, mas vai ficar primariamente na reserva, e Collin Cowgill, que dá uma boa opção de 4º Outfielder, Pinch Runner e Platoon destro pra Hamilton no LF.


Rotação

Garrett Richards

TEMOS PITCHERS! A aflição dos últimos 4 anos está, aparentemente, resolvida, e os Angels têm ao menos 8 candidatos qualificados pra rotação (contando Cory Rasmus). Baseado em uma mentalidade de estocar arremessadores via Draft, Jerry Dipoto reconstruiu uma base que estava perdida e adicionou profundidade ao time. Segundo ele, tendo jovens arremessadores, se consegue todos os outros objetivos, pois além de usá-los no campo, são valiosas peças de troca.

O conjunto de lançadores titulares ainda é muito forte, e ficou ainda melhor depois da troca de Howie Kendrick por Andrew Heaney, um dos melhores prospectos no montinho pra 2015, e de Hank Conger por Nick Tropeano (e Carlos Perez), que carrega grandes expectativas do seu ano de 2014 no Triple-A (9-5, 3.03 ERA, 0.98 WHIP e 8.7 K/9, num ambiente favorável a rebatedores).

Com Richards

RHP Richards
RHP Weaver
LHP Wilson
RHP Shoemaker
LHP Santiago/LHP Heaney/RHP Tropeano

Sem Richards

RHP Weaver
RHP Shoemaker
LHP Wilson
LHP Santiago
LHP Heaney/RHP Tropeano/RHP Rasmus


Garrett Richards é a história a se observar nos treinamentos de primavera, pois é a principal peça no grupo, combinando muita habilidade, ano de revelação em 2014 e aumento de salário via Arbitration. Sua lesão no joelho foi fatal no final da temporada e configurou o grande desfalque do time na ALDS, mas notícias recentes afirmam que ele já está correndo e fazendo treinos físicos, e estará pronto até abril.

Depois dele, temos Jered Weaver, enfim deposto do cargo de Ace, que ainda enfrenta problemas com a velocidade dos arremessos e o número de Home Runs cedidos, mas sempre foi e sempre será consistente a ponto de figurar no topo da rotação. Com contrato até 2016, tem sua sucessão garantida em Richards, e não precisa mais tirar leite de pedra pra carregar o time sozinho (mas se puder continuar tirando leite de pedra, agradecemos!)

Abaixo, a posição #3 é de C. J. Wilson, o homem das duas faces. De pitcher nº 2 do time em 2013, jogando mais de 200 entradas e liderando o time em Strikeouts, consistente com ERA de 3.39, caiu vertiginosamente em 2014, conseguindo ser pior até que o 0-7-até-o-meio-do-ano-Hector-Santiago. ERA e Walks/9 explodiram, 11 HBPs bateram o recorde da carreira e o ERA+ abaixou em 30 pontos. Tudo isso piora ainda mais se contarmos os 2 anos e 38 Milhões de Dólares restantes do contrato. Não se sabe se foi uma temporada fora da curva, mas os fãs não estão dispostos a pagar pra saber. Terá de provar que consegue resgatar a velha forma em 2015, e que esse ano foi só um contratempo. Caso contrário, tem sua vaga na rotação ameaçada pela volta de Tyler Skaggs em 2016, atualmente se recuperando de uma cirurgia Tommy John.

Na #4, o cara que eu confiei desde a primeira partida, um ShutOut em 5 entradas contra os Mariners em 2013, sua única aparição no ano, no Big A, que serviu pra dar uma folga pra Weaver no final da temporada. Matt Shoemaker saltou aos olhos naquele jogo e conseguiu a confiança da diretoria pra disputar uma chance na rotação titular, caso calamidades (Hector Santiago, C. J. Wilson) acontecessem. E fez por merecer. 2º colocado na votação de Rookie Of The Year (apesar de já ostentar uma majestosa barba), se aproveitou de ser um desconhecido para brilhar. Teve uma temporada espetacular, e só não liderou o time porque Garrett Richards concorria ao Cy Young. Do ERA (3.04) ao BB/9 (1.6), se firmou como um pitcher confiável e surpreendente. Vai começar 2015 na #4, mas não nega-se a possibilidade de subir conforme as temporadas de Weaver e Wilson.

Fechando a rotação, temos a briga mais importante do Spring Training, Hector Santiago x Andrew Heaney x Nick Tropeano. E os três têm mais do que o necessário pra conseguir a 5ª vaga.

Santiago, apesar do mau (péssimo, horrível) começo de 2014, se recuperou muito bem na segunda metade. De 18 de julho até o final, teve um ERA de 2.98 e W-L de 5-2, ganhando a confiança pra uma vaga no Bullpen da ALDS. É a aposta mais segura.

Heaney vem como a principal ameaça, e está pronto para tomar o lugar de alguém no primeiro sinal de perigo. Fez ótimos números no Farm dos Marlins e é um dos grandes nomes do futuro dos Halos. Tropeano ainda é uma dúvida, pois ainda não jogou na MLB, mas postou estatísticas muito fortes no Triple-A, que é aonde deve começar o ano. E, claro, ainda temos Cory Rasmus, caso o mundo caia em cima da rotação titular inteira. Tudo isso vai ser decidido no março vindouro.


Bullpen


Huston Street (trás) e Joe Smith (frente)
O #BullpenDivino, apesar de ser o setor que mais perdeu peças na Offseason, ainda continua, no mínimo, acima da média para 2015. Depois de se tornar o alvo das contratações, agora foi usado para preencher outros vazios. Kevin Jepsen foi pra Tampa Bay por Matt Joyce e Jairo Diaz foi pro Colorado por RutledgeJason Grilli Joe Thatcher viraram Free Agents.


Closer                       Street
SetUp Man               Smith
7th Inning Guy          Morin/Salas
Long Reliever           Rasmus
K Specialist               Pestano
LOOGY                     Ramos


Apesar de tudo, foram mantidos os principais postos, com Huston Street de Closer em seu último ano de contrato, o sempre confiável Joe Smith pra 8ª, Mike Morin (e seus belos ChangeUps) ou Fernando Salas na 7ª, Vinnie Pestano pra quando o time precisar de um K e Cory Rasmus, quando o Starter não durar 5 entradas.

A aquisição mais relevante foi o veterano canhoto Cesar Ramos, também de Tampa, que veio pelo prospecto arremessador Mark Sappington. Vai fazer o cargo de LOOGY, entrar pra eliminar canhotos importantes tarde no jogo. Hector Santiago pode pintar pra essa vaga também, caso não se mantenha como abridor.


Vindo das Minors


RHP Cam Bedrosian


Cam "isso não é o Double-A" Bedrosian

Bedrock vai começar no Triple-A esse ano, e enfrentar um ambiente favorável a rebatedores e o ar rarefeito de Salt Lake, muito diferente do campo dos AA Travelers, o maior Pitcher-Park do nível Double-A. Se continuar a ser dominante em condições adversas, pode pintar no time principal com qualquer lesão dos titulares, mas se não, vai amargar mais um ano passando vontade nas ligas menores e, quem sabe, servir como peça de troca.


3B Kyle Kubitza



Trocado por um arremessador de 17 anos com os Braves, Kubitza carrega a marca de Terceira Base Do Futuro, pra quando o contrato de David Freese acabar, no final de 2015. Vai pro Triple-A só pra continuar no ritmo de jogo e polir mais uma coisa ou outra, porque já está quase pronto pra MLB.


SS Roberto Baldoquin



Apontando como uma das grandes contratações da temporada (pra você ver o quão seca foi essa Offseason dos Halos), o cubano assinou por 8 milhões e restringiu os Angels a poder gastar apenas 300 mil dólares pra gastar em cada uma das duas próximas janelas de transferência internacional. Foi uma das revelações no campeonato de Cuba e será encaixado no Double-A por enquanto. Considerado o sucessor de Erick Aybar, cujo contrato termina em 2016, pode receber uma chamada em setembro pra sentir o gosto das ligas maiores.


E é isso. Aposto em 89~93 vitórias pra esse time, e uma briga ferrenha na AL West, com Mariners e Rangers. Athletics ainda têm que se mostrar competitivos novamente depois da explosão do elenco de 2014 e os Astros, por mais que estejam se reforçando muito bem, ainda são uma aposta no escuro pela falta de experiência (à lá Cubs).

Mas pelo menos um Wild Card dá! Até a próxima, e Light Up The Halo!

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